Black Friday 2024: Estratégias e Expectativas de Consumo no Brasil

Black Friday 2024: Estratégias e Expectativas de Consumo no Brasil

Black Friday: Uma Tradição Cada Vez Mais Longa

A cada ano, a Black Friday se consolida ainda mais como uma tradição do comércio brasileiro. O evento, que antes era uma oportunidade de compras concentrada em um único dia de novembro, se transformou em uma verdadeira maratona de promoções que pode durar todo o mês. Em 2024, a data oficial ocorre em 29 de novembro, mas muitos lojistas já começaram a oferecer descontos em outubro, numa prática que busca alavancar as vendas e atrair um público ávido por ofertas. A expectativa é de movimentos superiores a 9,3 bilhões de reais, o que reflete a confiança do mercado e a disposição do consumidor em gastar nessa época do ano.

Onde e Como os Brasileiros Pretendem Comprar

Pesquisa recente aponta que 66% dos brasileiros estão determinados a aproveitar as promoções da Black Friday. A mudança de hábito durante a pandemia consolidou o comércio eletrônico, pois 58,2% dos consumidores preferem fazer suas compras online. Contudo, as compras em marketplaces também têm forte apelo, com 47,8% dos entrevistados planejando explorar essas plataformas. Os aplicativos de compras se mostraram uma ferramenta cada vez mais popular, utilizados por 44,3% dos consumidores. Apesar do avanço das plataformas digitais, as lojas físicas ainda contam com 30% de adeptos, provando que a experiência de ir até a loja e verificar o produto pessoalmente ainda possui seu encanto.

As Categorias de Produtos Mais Procuradas

As Categorias de Produtos Mais Procuradas

O que muitos consumidores buscam na Black Friday são eletrônicos, liderando com 76% das preferências. Os produtos de moda vêm logo em seguida, com 59%, demonstrando que, além de tecnologia, os brasileiros também investem em estilo. Itens de beleza e cuidados pessoais ocupam a terceira posição, com 44% de consumidores interessados. Os produtos para o lar aparecem com força, sendo escolhidos por 41%, enquanto alimentos (33%), itens de lazer (29%), e viagens (15%) completam a lista. Serviços, produtos para pets, educação e veículos aparecem em menor escala, mas cada categoria carrega seu público fiel, estabelecendo a diversidade de interesses na hora das compras.

Planejamento Financeiro para a Black Friday

Com relação aos gastos, 62% dos consumidores brasileiros planejam desembolsar até 3.000 reais durante as promoções. Este número sugere um planejamento mais cauteloso, talvez influenciado por incertezas econômicas. Entre os que têm uma ideia clara de orçamento, 23,2% pretendem gastar mais de 1.000 reais, enquanto 20,1% ainda não definiram quanto investirão. Notavelmente, 18,4% esperam gastar entre 500 e 1.000 reais, o que sugere que muitos consumidores aproveitam a data para renovar bens duráveis sem exceder seus limites financeiros.

Métodos de Pagamento: O Crescimento do Pix

Métodos de Pagamento: O Crescimento do Pix

A escolha do método de pagamento também revela tendências interessantes. O pagamento parcelado no cartão ainda é o favorito de 38,3% dos consumidores, indicando que muitos optam pela comodidade das parcelas no planejamento do orçamento mensal. Incrivelmente, 24% preferem pagar à vista no cartão de crédito, aproveitando os benefícios ou recompensas associados. O Pix, um sistema de pagamento instantâneo que se popularizou rapidamente no país, viu um crescimento vertiginoso, aumentando 1.400% em transações durante a Black Friday de 2023. Agora, 22,6% dos entrevistados planejam utilizá-lo em suas compras.

Conclusão: Estratégias e Desafios

Para o comércio, a Black Friday 2024 traz desafios e oportunidades. Com a concorrência acirrada, a diferenciação ocorre não apenas pelo preço, mas pela experiência de compra e serviço oferecido. Um site rápido, um app funcional e júris para esclarecer dúvidas se tornam indispensáveis para manter os clientes fidelizados. As lojas físicas, por sua vez, têm no atendimento personalizado e no imediatismo da compra seus principais aliados. O consumidor de hoje está melhor informado, faz uso das redes sociais para checar a reputação das lojas e tende a ser mais exigente nas suas escolhas. Portanto, preparar as equipes e capacitar os canais de atendimento são estratégias eficazes para conquistar vendas superiores nesse período.

7 Comentários

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    Daniela Pinto

    dezembro 1, 2024 AT 13:26

    Essa maratona de Black Friday virou um circo de marketing mesmo. Começa em outubro e ainda tem loja que promete 'desconto exclusivo' no dia 28, mas o preço já tá igual ao de setembro. A gente cai nisso por hábito, não por necessidade. E o pior? A maioria dos 'descontos' é ilusória - só mudam o preço original pra criar a ilusão de economia. O consumidor tá mais esperto, mas ainda tá se deixando levar pela FOMO.

    Sei que é difícil resistir, mas vale a pena fazer uma lista real antes, com os itens que realmente precisam ser trocados, não só os que estão na tela do app com um '50% OFF' brilhando como se fosse um sinal de salvação.

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    Diego Basso Pardinho

    dezembro 3, 2024 AT 03:54

    Tem algo profundamente humano nisso tudo. A Black Friday não é só sobre comprar - é sobre a busca por um momento de controle em meio à incerteza. Quando o mundo parece desmoronar, o ato de escolher um produto, planejar um gasto, negociar um preço... é uma forma de reafirmar que ainda temos agency.

    É curioso como uma data comercial virou ritual coletivo. Nós não estamos apenas comprando eletrônicos, estamos reforçando nossa identidade como consumidores modernos. E o Pix? É o símbolo da eficiência brasileira - rápido, livre de burocracia, sem intermediários. Isso sim é progresso.

    Quem diz que o capitalismo não tem poesia nunca viu uma fila de gente esperando pra pagar em 3x no cartão com juros embutido e acreditando que tá ganhando.

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    André Romano Renon Delcielo

    dezembro 4, 2024 AT 05:24

    HAHAHA, 22,6% usando Pix? Tá brincando? O pessoal tá usando Pix porque não sabe usar o cartão direito e tá com medo de ser cobrado de novo. E ainda tem gente que acha que 'Black Friday' é uma data sagrada e que se não comprar tudo agora vai morrer de frio em dezembro.

    Eu comprei um fone de ouvido de R$ 800 em outubro com 'desconto de 70%' - depois vi que o preço normal era R$ 699. O cara tá me chamando de idiota? Vou mandar o comprovante pro Procon e pedir indenização por abuso de confiança. E esses marketplaces? Tão cheios de fake reviews que parece que todo mundo comprou o mesmo liquidificador e virou chef de cozinha.

    Se eu quisesse ser enganado, ia ir na igreja.

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    Rafael Oliveira

    dezembro 5, 2024 AT 06:24

    Essa obsessão por descontos é uma forma moderna de culto à escassez. Nós fomos educados a acreditar que o valor está no preço mais baixo, e não na utilidade real. Isso é uma distorção moral do consumo. O que realmente importa é se o produto vai melhorar sua vida ou só alimentar uma compulsão passageira.

    Quem gasta R$ 3 mil em Black Friday está, na verdade, pagando por uma ilusão de poder. A verdadeira riqueza não está no carrinho de compras, mas na capacidade de dizer 'não'.

    E o Pix? É só uma ferramenta. O problema é a mentalidade por trás dele: querer tudo agora, sem esperar, sem planejar, sem reflexão. É o capitalismo acelerado, sem alma.

    Se você não consegue esperar 30 dias para comprar algo, talvez você não precise dele. Pense nisso.

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    Fernanda Souza

    dezembro 5, 2024 AT 16:05

    Se você tá se sentindo pressionado pra comprar tudo na Black Friday, respira. Você não precisa de tudo isso. Faz uma lista real: o que tá quebrado? O que tá te atrapalhando? O que realmente vai te ajudar?

    Se você quer comprar um celular novo, compara preço em 3 apps, lê os comentários de quem já usou e espera até o dia 29. Não cai na armadilha do 'só hoje'. O dinheiro que você economizar pode ir pra uma viagem, um curso, ou só pra dormir sem stress.

    Se precisar de ajuda pra montar essa lista, eu te ajudo. Não tá sozinho nisso.

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    Miguel Sousa

    dezembro 7, 2024 AT 12:43

    Brasil é o país do 'vai ter desconto', mas ninguém sabe o que tá comprando. 76% querem eletrônico? Pois é, o povo tá mais preocupado com o celular novo do que com a educação dos filhos.

    E o Pix? Tá tudo bem, mas o governo tá roubando o cartão de crédito com essa porra de sistema. Aí o cara paga com Pix e depois vê que o produto é fake e não tem garantia. E aí? Quem paga? O consumidor, claro. Aí o cara chama de 'injustiça', mas foi ele que caiu na pegadinha.

    Se fosse nos EUA, ninguém comprava nada antes de novembro. Só aqui que vira festa nacional. É por isso que o Brasil nunca cresce: o povo prefere gastar em merda do que investir em si mesmo.

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    Adílio Marques de Mesquita

    dezembro 8, 2024 AT 05:38

    A Black Friday como fenômeno cultural é uma fusão híbrida entre o consumismo norte-americano e a adaptabilidade brasileira. O Pix, por exemplo, não é apenas um meio de pagamento - é um símbolo de infraestrutura financeira descentralizada, que emergiu da necessidade de eficiência em um sistema bancário tradicional lento e burocrático.

    Os dados de consumo revelam uma mudança de paradigma: o consumidor brasileiro deixou de ser passivo e passou a ser um agente estratégico, capaz de cruzar dados entre plataformas, comparar preços em tempo real e priorizar experiências sobre objetos.

    Essa não é uma simples promoção comercial. É a emergência de uma nova cultura de consumo baseada em transparência, velocidade e autodeterminação. A loja física que não se reinventar como espaço de experiência sensorial e relação humana - e não apenas de transação - estará condenada ao obsoleto.

    Essa é a verdadeira revolução: não o preço, mas a consciência do valor.

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